Por: Ana Clara, 32 anos, São Paulo, SP
A disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil é uma realidade gritante e
persistente. Mesmo com as conquistas dos últimos anos, as mulheres ainda ganham, em
média, 24% menos que os homens para realizar as mesmas funções. Essa diferença
salarial se traduz em diversas desigualdades, como a dificuldade de acesso à moradia
própria, à previdência social e à poupança para o futuro.
As causas dessa disparidade são complexas e multifacetadas. Entre os principais fatores
estão a segregação ocupacional, o sexismo no mercado de trabalho e a desvalorização
do trabalho das mulheres.
As mulheres ainda estão concentradas em áreas de menor
remuneração, como saúde, educação e serviços domésticos, enquanto os homens
ocupam cargos de maior prestígio e remuneração em áreas como engenharia, tecnologia
e finanças.
Além disso, as mulheres são mais propensas a sofrerem interrupções na carreira por
causa da maternidade e do cuidado com os filhos. Isso as coloca em desvantagem em
relação aos homens na hora da promoção e do aumento salarial.
No contexto brasileiro, a situação é ainda mais grave para as mulheres negras, que
sofrem com a intersecção do racismo e do sexismo. As mulheres negras ganham, em
média, 54% menos que os homens brancos e 37% menos que as mulheres brancas.
A luta por igualdade salarial é, portanto, uma luta por justiça social e por uma sociedade
mais justa e igualitária. É fundamental que sejam implementadas políticas públicas que
combatam a segregação ocupacional, o sexismo no mercado de trabalho e a
desvalorização do trabalho das mulheres.
As empresas também têm um papel importante a desempenhar na promoção da igualdade salarial, através da adoção de
medidas como a realização de auditorias salariais e a implementação de programas de
mentoria para mulheres.